
Mantido pelo Instituto Conservacionista Anami – https://www.anami.org.br, o Santuário do Paraná, em São José dos Pinhais, Paraná, é o mais moderno entre os brasileiros. Foi fundado pelo casal de tchecos Milan e Anita Starostik, que eram donos de um grande grupo industrial no estado e já tinham um criadouro conservacionista, dado seu gosto pela proteção de animais. Após a venda de sua empresa, o casal passou a se dedicar pessoalmente aos grandes primatas. Os recintos contam com modernos sistemas de aquecimento, muitos brinquedos em amplas áreas, sendo que a cama elástica é um dos preferidos dos hóspedes.

RESIDENTES
Chimpanzés
André

Macho. DOB: 06/06/1996, nascido em circo. Chegou no Instituto Anami no ano de 2007 e foi integrado a um grupo com outros cinco chimpanzés. É pequeno, alegre, mas um pouco medroso, e para resolver seus problemas dentro do grupo fez aliança com o macho alfa (Biito), valendo-se da segurança e apoio que o líder lhe dá. É muito comum ver André chamando os outros para brincar. Além de ficar em sua torre com as pernas cruzadas, descansando e observando tudo o que ocorre ao seu redor. É muito carinhoso e tem um olhar meigo e penetrante.
Biito

Macho. DOB: 30/09/91. Biito trabalhou até os cinco anos em um circo, onde foi explorado para realizar números como andar de “pernas de pau” e de bicicleta. Como ele não obedecia aos comandos, frequentemente sofria agressões físicas. Passou grande parte de sua vida enjaulado numa carreta de caminhão suja e escura. Hoje, é o macho alfa de um grupo de seis chimpanzés. Tem como seu aliado André, que está sempre interagindo com ele.
Caíque

Macho. DOB: 16/10/93. Chegou ao santuário em 2005, resgatado do Circo Portugal, onde viva confinado em um trailer sem qualquer cuidado com bem-estar ou higiene. Neste período, várias denúncias foram feitas junto ao IBAMA (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis), por abandono e maus tratos, por meio de uma ONG. Quando não estava se apresentando no circo, era obrigado, muitas vezes, a tirar fotografias com turistas em Paranaguá, no litoral do Paraná. No ano de 2005, os órgãos fiscalizadores autorizaram a transferência do Caíque para o Instituto Anami. Ele chegou com uma corrente grossa presa ao seu pescoço. Era um macho jovem e forte, mas desconfiado e amedrontado. Ele foi integrado em um recinto grande com três fêmeas. Aos poucos, a corrente que trazia no pescoço foi sendo retirada através de uma serra manual e junto com ela, aquele passado sombrio também estava indo embora. Não demorou muito para ele perceber que estava sendo cuidado e protegido, confiando cada dia mais na equipe do Instituto, se mostrando um chimpanzé calmo e cooperativo. Hoje, vive muito bem no seu recinto com mais de 10.000m² junto com suas amigas chimpanzés Leila, Tota e Carol.
Carol

Fêmea. DOB: 23/09/99. Chegou no santuário em 2004 junto com seu irmão, Lucas. Posteriormente, eles foram integrados com outros dois chimpanzés – Johny e Matheus – formando um novo grupo. Carol não estranhou em nada o novo lar, e desde o momento em que chegou adaptou-se muito bem, sempre interagindo com seus congêneres. Atualmente, Carol vive com Caíque, Leila e Tota. Os quatro passam grande parte do dia fazendo grooming (limpeza) um no outro. Na hora de dormir, Carol escolhe o Caíque para dividir o quarto. Durante todos estes anos ela demonstrou personalidade forte e inteligência de sobra. Sobe nas palmeiras e colhe coquinhos de jerivá, depois divide com seus amigos. Quando não gosta de alguma fruta que recebe na bandeja, não pensa duas vezes em dar para a Tota.
Charlie

Macho. DOB: 2005, aproximadamente, África. Foi capturado na floresta ainda muito pequeno. Acredita-se que foi arrancado de sua mãe por traficantes, sendo puxado pelas pernas, pois apresenta uma condição física chamada de luxação coxofemoral bilateral. Este quadro crônico evoluiu para uma significativa atrofia dos dois membros pélvicos e dificuldade de locomoção. Por conta disso, ele caminhava utilizando apenas os braços. Charlie passou toda a infância em um zoológico precário no Líbano em um recinto muito pequeno, sendo obrigado a tirar fotografias com os visitantes. Após denúncias de maus tratos, ele foi resgatado por uma ONG que o encaminhou para o Anami. Na data de 11 de julho de 2014, depois de uma longa viagem de três dias, chegou ao Brasil muito magro e desnutrido. Durante o período de quarentena – tempo de isolamento que os órgãos ambientais exigem para qualquer animal que venha de fora do País – foram realizados alguns exames, como o Raio X, onde constatou-se a luxação, além de artrose nos ombros, devido à sobrecarga de peso durante a locomoção. No santuário, recebeu tratamentos veterinários como sessões de fisioterapia nas pernas. Em 2015 já caminhava como um chimpanzé, usando os quatro membros. Por ter sido muito humanizado e viver isolado de outros chimpanzés ao longo de toda sua vida, ele só aceita interagir com seus cuidadores. Charlie é muito inteligente e tranquilo.
Dino

Macho. DOB: 04/05/2003. Chegou no santuário em 2005 e seu peso era de apenas 7,8 Kg. Era muito magro, desnutrido e assustado. Enquanto viveu no circo, Dino passava grande parte do dia numa gaiola escura e muito pequena, impedindo seu desenvolvimento normal. Sua musculatura era atrofiada e ele apresentava sinais de raquitismo. Antes de integrá-lo ao grupo de chimpanzés, Dino passou por sessões de fisioterapia para fortalecer sua musculatura e recebeu uma alimentação balanceada. Ele respondeu muito bem ao tratamento e foi integrado com Lucas. Logo nasceu uma forte amizade. Hoje, Dino tem muita energia e é, sem dúvidas, o chimpanzé mais ativo do santuário. Interage com todos do grupo, deixando a monotonia bem longe.
Judy

Fêmea. DOB: 1991, aproximadamente, Israeli Primate Sanctuary Foundation – Israel, viveu por mais de dez anos num precário zoológico em Tel Aviv. Através de uma ONG internacional, após muita tramitação, Judy foi transferida para o santuário do Instituto Anami em 2012. Passado o período de quarentena ela foi integrada com Omega – o chimpanzé Libanês que até então vivia só. A euforia dele era notável. A ansiedade para estar com ela se refletia no seu comportamento. No primeiro contato físico os dois se abraçaram e a aceitação foi mútua. Hoje, o casal de chimpanzés vive em muita harmonia.
Leila

Fêmea. DOB: 03/02/95, em cativeiro. Viveu grande parte de sua infância em um zoológico de Lisboa-Portugal. Na adolescência, foi transferida para um zoológico no Brasil e em 25 de maio de 2010, Leila chegou no Anami junto com Tota, sua “mãe” adotiva. Ela era extremamente agressiva com todos da equipe, batia com força nas grades e não aceitava a presença de humanos. Com o passar dos anos, ela aprendeu a confiar em seus cuidadores, percebendo que eles não representavam nenhum tipo de ameaça. Hoje, ela vive com mais três chimpanzés em harmonia, interage com todos como se sempre tivesse feito parte do grupo. Quando fica feliz com algum item de enriquecimento, corre abraçar Tota e Caíque.
Lucas

Macho. DOB: 11/09/02, nascido em circo. Chegou no santuário em 2004 vindo de um circo, onde era obrigado a realizar espetáculos circenses, sob maus tratos. Ele foi logo integrado com Matheus e Carol, seus irmãos, que haviam sido separados logo após o nascimento, porém o reencontro foi marcado por muita festa e brincadeiras. Lucas gosta de ficar sozinho e é individualista, embora seja visto interagindo com os outros ocasionalmente. É comum observá-lo fazendo demonstrações de força, em postura bipedal, batendo uma garrafa plástica no peito e fazendo muito barulho na tentativa de espantar qualquer um que o intimide. Lucas é um chimpanzé forte e centrado.
Lucy

Fêmea. DOB: 1981, em um circo, onde viveu até 2006. Chegou no santuário em 2007. Lucy é uma fêmea dócil e muito zelosa com seus filhos. Durante sua vida no circo, ela teve vários filhotes, mas nenhuma oportunidade de criá-los, pois eles eram retirados dela no mesmo dia em que nasciam. Com sua chegada no Anami essa realidade mudou. Lucy pode criar Noel, seu filho mais novo. Além dele, hoje ela vive com seus outros dois filhos Lucas e Matheus, exercendo o papel de fêmea dominante em um grupo de sete chimpanzés. Todos apreciam sua companhia. Seus filhos a respeitam e a obedecem, principalmente nos momentos de tensão dentro do grupo. Ela é muito inteligente, experiente e calma, desde que não a incomodem, mas quando isso acontece ela sabe muito bem impor sua autoridade.
Maria

Fêmea. DOB: 24/09/93. Chegou no santuário em 2007, proveniente do ex Circo Garcia. Ela apresentava obesidade mórbida e diabetes. Passava a maior parte do dia inativa e raramente saia para o recinto externo para interagir com os outros chimpanzés. Sofria de compulsão alimentar e, sempre que podia, roubava alimentos dos outros causando, muitas vezes, desavenças sérias. Criou um vínculo muito forte com Zezinho, com quem vive atualmente e tem uma relação muito saudável. Os dois passam horas do dia tomando sol, fazendo grooming e caminhando sempre juntos. Atualmente, ela segue uma dieta balanceada de acordo com suas necessidades, o que foi essencial para que ela perdesse peso e sua diabetes fosse controlada. Hoje, é uma chimpanzé saudável, ativa e disposta.
Matheus

Macho. DOB: 03/08/01. Chegou no santuário em 2002 e ficou separado dos demais por motivos de segurança, já que era muito novo. Porém, no dia em que foi integrado a surpresa foi enorme e, ao contrário do que se temia, o encontro resultou em fortes abraços e interações positivas, indicando que a integração foi um sucesso. Matheus, que trocou as grades de uma gaiola pequena e suja do circo, teve a oportunidade de crescer e aprender com outros chimpanzés, sendo essa convivência essencial para seu desenvolvimento social. Hoje, vive muito bem com seu grupo e tem uma capacidade de comunicação muito grande, inclusive com os tratadores. Não hesita em pedir mais comida quando está com fome. Tornou-se um lindo e robusto chimpanzé, que está demonstrando que pode disputar um cargo melhor na hierarquia do grupo em que vive.
Mizrach

Macho. DOB: 1985, Israel. Vivia em más condições, em uma jaula muito pequena em um zoológico particular de Israel. Chegou no santuário em 2009, aos 24 anos. Ele era muito assustado e se esquivava de qualquer contato. Hoje, Mizrachi vive num recinto de aproximadamente 10.000 m². Sua área externa possui estruturas de madeira, pontes, torre de 10 metros e uma piscina, para que possa refrescar-se e saciar sua sede. Ele está sempre observando e interagindo com sua vizinha Judy, uma chimpanzé que viveu no mesmo zoológico que ele. Mizrach gosta de descansar em sua torre, mas também caminha muito e volta e meia é visto em cima dos coqueiros colhendo coquinhos de jerivá. Lá do alto também observa os outros grupos e vocaliza muito com os demais chimpanzés.
Noel

Macho. DOB: 21/10/07, Instituo Anami. É filho de Lucy e de Charlie. Felizmente, pôde ser criado por sua mãe no santuário. Ainda muito pequeno, mesmo sendo amamentado por ela, precisava de suplementos alimentares, já que Lucy não produzia leite o suficiente. Diariamente, com confiança na equipe, o entregava para que recebesse cuidados especiais. Depois que Noel ganhou peso, Lucy, sozinha, cuidou dele como uma mãe zelosa, cuidando e ensinando tudo que era necessário para viver em grupo. Ela o amamentou até os 8 anos de idade. Noel cresceu, se tornou forte e hoje já faz demonstrações de força indicando que um dia pode disputar a hierarquia do grupo. Ele é um chimpanzé sociável e interage muito, principalmente com Dino e Yuri, seus melhores amigos.
Omega

Macho. DOB: 1998 (aproximadamente), África (vida livre). Foi capturado ainda filhote e, desde pequeno, era explorado por um proprietário de um restaurante que dava cigarros a ele e o obrigava a servir narguilé de mesa em mesa. Na adolescência, foi transferido para um zoológico precário no Líbano e viveu lá até 2010. Como tinha fama de ser o chimpanzé fumante, os próprios tratadores do zoológico e visitantes jogavam cigarros a ele. Depois de várias denúncias, foi resgatado por uma ONG internacional. Na data de 09 de novembro de 2010 a vida de Omega mudou completamente. Ele foi recebido no santuário do Instituto Anami de braços abertos. Tinha um semblante sofrido e desconfiado, mas aos poucos, foi ganhando confiança, se tornando um chimpanzé muito cooperativo e tranquilo. Omega passou por um período de abstinência do cigarro. Era expressamente proibido que qualquer funcionário fumasse perto dele. Aos poucos, foi se adaptando. Outro desafio era integrá-lo com algum chimpanzé, para reduzir os efeitos deletérios do isolamento. No ano de 2012, Omega deixaria a solidão para trás e conheceria Judy, sua fiel companheira até os dias de hoje.
Pedrinho

Macho. DOB: 27/07/95, em um circo. Chegou no santuário em 2007, proveniente do circo onde era submetido a situações de maus tratos. Foi integrado a um grupo de chimpanzés que veio de São Paulo e disputa regularmente a liderança com um macho mais velho (Biito). Pedrinho tem personalidade forte e está sempre fazendo provocações aos outros do grupo. Com uma agilidade ímpar, se demonstra um macho furtivo. Tina é sua melhor amiga e em situações de conflito ele é quem a protege.
Punia

Fêmea. DOB: 20/02/92, zoológico na Argentina. Punia, seu companheiro Pweke e sua filha, Zuri, são provenientes de um zoológico argentino. Lá, a família dividia o recinto com outros dois chimpanzés, porém, enquanto estavam no recinto interno, os dois tinham de permanecer no recinto externo obrigatoriamente. Por essa dificuldade de manejo e impossibilidade de integrar os cinco indivíduos, foi solicitado ao Anami o recebimento dos três. Eles são os mais recentes hóspedes do Instituto, chegaram em 2018. Ela, assim como seu companheiro e sua filha, se adaptou muito bem ao novo lar e à nova rotina. É uma mãe presente e protetiva, porém serena. Passa horas fazendo grooming, característica dos três membros da família.
Pweeke

Macho. DOB: 28/11/92, zoológico na cidade de Basilea, Suíça. Em 2002, foi transferido para um zoológico na Argentina, vivendo lá até 23 de janeiro de 2018, quando chegou ao Anami junto com sua parceira (Punia) e a sua filha (Zuri). Ele é um macho protetor e ao mesmo tempo um pouco receoso, algo comum nos chimpanzés recém-chegados. Respeita muito sua companheira Punia e adora brincar com Zuri. Os três vivem em perfeita harmonia e zelam um pelo outro.
Tina

Fêmea. DOB: 26/05/87. Chegou no santuário junto com Maria, em 2007, muito desconfiada e bastante apreensiva. Carregava traumas de 20 anos de maus tratos no circo. Não descia no chão, não saía do quarto e olhava para todos os lados com medo de qualquer barulho. Após algum tempo recebendo assistência e cuidados, foi ganhando confiança. Atualmente, ela vive com outros cinco chimpanzés e escolheu Pedrinho como companheiro de quarto e a quem recorre nas horas de conflitos no grupo. Seu passatempo preferido é ficar deitada na torre observando tudo. Nos dias frios, não hesita em carregar seus cobertores para o recinto externo e fica inteira coberta, somente com a cabeça de fora.
Tota

Fêmea. DOB: 1979, aproximadamente, em um zoológico em Lisboa. Após algum tempo neste zoológico, Tota foi transferida para um zoológico brasileiro, onde vivia com um grupo de três indivíduos. Chegou no santuário em 2010 e é a chimpanzé mais velha do Instituto. Vive hoje com Carol, Caíque e Leila, com quem tem uma relação maternal intensa. Tota não aparenta a idade que tem. É muito ativa durante o dia e bastante metódica com os horários, principalmente nas horas de refeição. Todos os dias monta seu ninho para descansar e adora os agrados de frutas que são oferecidos no fim da tarde. Vocaliza sempre em gesto de agradecimento.
Vitória

Fêmea. DOB: 2000, aproximadamente, no zoológico Paraíso Perdido Park. Na data de 17 de fevereiro de 2006, após uma luta de 6 meses, o resgate foi realizado e Vitória, finalmente, ganharia um novo destino. Depois de uma viagem que durou mais de 36 horas, ela chegou bastante assustada. Estava muito desconfiada e arredia, mas aos poucos passou a confiar na equipe e a desfrutar do seu novo lar, que oferecia muitas oportunidades para longas brincadeiras com outros chimpanzés. Hoje, ela vive em um grupo de seis indivíduos, tendo Lucy como sua melhor amiga, com quem dividiu as tarefas de criar Noel durante todos esses anos. Ela também toma conta de Dino e o protege sempre nos momentos de tensão. Quando quer alimento, bate palmas. Vitória parece ter se recuperado de sua vida pregressa e superado seus traumas.
Yuri

Macho. DOB: 1996, aproximadamente, em um circo. Durante muitos anos, Yuri foi explorado em um circo e submetido a realizar um número perigoso, o chamado Globo da Morte. Juntamente com outros 4 motociclistas humanos, ele pilotava sua moto dentro do Globo e era obrigado a vestir roupas de motoqueiro, fazendo em média três espetáculos por dia. Nas horas vagas, ficava trancado em uma jaula pequena e baixa, que não o permitia que ficasse de pé, o que lhe ocasionou uma deformação da coluna. Yuri também era obrigado a tirar fotografias com pessoas. Mas, felizmente, seu destino mudou completamente. Na data de 06 de maio de 2009 ele foi destinado ao Instituto Anami, sendo o último chimpanzé de circo a ser resgatado antes de essa prática se tornar ilegal. Muito humanizado e debilitado, chorava e não queria comer, provavelmente sentindo falta da sua família humana com quem viveu por 13 anos. Mas, em pouco tempo, Yuri ganhou uma verdadeira família, os chimpanzés Lucy e Noel, com vive até hoje. Ele ajudou Lucy na criação do pequeno chimpanzé como se fosse seu pai, protegendo e brincando – deixando que a mãe descansasse tranquila em alguns momentos. Hoje, Yuri apresenta condutas típicas de um chimpanzé e não faz muita questão de pessoas.
Zezinho

Macho. DOB: 31/12/93. Após quatorze anos de uma vida sofrida em um circo, em de 12 de fevereiro de 2007 Zezinho chegou ao Instituto Conservacionista Anami. Muito humanizado, buscava sempre contato com a equipe, vocalizando para chamar a atenção de quem passasse por perto. Nos dias de hoje, praticamente ignora as pessoas. Vive com outros cinco chimpanzés e escolheu Maria como sua companheira. Os dois são vistos sempre fazendo demonstrações de afeto e companheirismo. Ele tem uma rede e cobertores para passar as noites, mas prefere dormir na rede da Maria, junto com ela. Zezinho é considerado um chimpanzé tranquilo e muito carinhoso. Dificilmente briga ou se desentende com quem está próximo. É muito inteligente e sabe viver em grupo, gosta de comer tranquilamente, organizando os alimentos como se estivesse montando a mesa.
Zuri

Fêmea. DOB: 04/12/04, zoológico na Argentina. Foi transferida para o santuário em 23 de janeiro de 2018, junto de Pweke, seu pai, e Punia, sua mãe. Muito arredia, sempre se escondia atrás de sua mãe e demorou muito para confiar na equipe. Ela não se aproximava nem mesmo para buscar sus frutas preferidas. Às vezes, comia os restos dos pais porque tinha muito medo de chegar perto das bandejas. Brigava frequentemente com Pweke, que ocorriam quando ela queria tirar algum alimento dele. Com muita insistência, Zuri perdeu o medo. As desavenças diminuíram ao passo que percebeu que a comida era farta e que a equipe estava ali para dar apoio. Zuri adora subir nas torres e ficar de pernas para o ar sentindo o sol e o vento que tanto lhe agradam. É muito ativa e brincalhona. Sua pelagem brilha como nunca.
Orangotango
Katai

Fêmea. DOB: 07/02/85, zoológico na Alemanha, híbrida Sumatra/Borneo. Viveu por 25 anos em um alojada em um recinto precário sem condições para uma vida digna. No ano de 2010, ela foi transferida para o santuário do Instituto Anami. Infelizmente, perdeu seu companheiro pouco antes de sair do zoológico. Quando chegou parecia muito assustada e desconfiada. A limpeza do seu recinto era praticamente impossível, porque ela se recusava entrar no manejo. Tinha fobia de ficar fechada num ambiente restrito. Um trauma que parecia ser irreversível. Com muita paciência e dedicação, Katai foi aprendendo a confiar em seus cuidadores.
IN MEMORIAM – Viveram no Santuário e agora descansam em paz
Bicco

11/2000 (aprox.) – 14/06/2017
Macho, nasceu nascido nas florestas da África. Capturado ainda filhote, foi vendido para um comerciante no Líbano onde viveu até os quatro anos de idade dentro de um pet shop, sendo submetido a tirar fotografias com os clientes da loja. Após completar quatro anos, os proprietários deste estabelecimento já não tinham mais condições de mantê-lo, pois já era muito forte e tinha vontade própria. Ele foi transferido para um precário Zoológico localizado em Beirute e passou mais seis anos sem a companhia de outro chimpanzé, sendo torturado e maltratado.
Chegou no Anami no ano de 2012 com marcas psicológicas profundas, resultado de uma vida de torturas e frustrações. Mutilava-se todos os dias. Já no primeiro ano no santuário, Bicco mostrava uma recuperação extraordinária, perdeu o medo dos humanos e começava a apresentar comportamentos típicos da espécie. Com dois anos de tratamento já não se mutilava mais e vivia brincando e comunicando-se com os outros chimpanzés vizinhos. No ano de 2017 infelizmente Bicco se foi, uma fibrose de miocárdio fez com que ele desse seu último suspiro deixando um vazio dentro de cada um que com ele conviveu.
Capitão

1976 (aprox.) – 14/10/2011
Macho, filho de Iara e Johny, Capitão nasceu no Circo Romano. Trabalhou por muitos anos no circo Garcia e em 2007 foi recebido no Anami. Viveu no grupo dos ‘’Paulistas’’ com outros seis chimpanzés. Macho alfa, era ele que dominava o espaço. Um chimpanzé forte, imponente e um protetor de todo seu grupo.
Dunga

17/04/1995 – 31/07/2012
Macho, viveu até o ano de 2010 no zoológico de Brasília, quando finalmente foi transferido para o Instituto Anami. Dunga foi integrado com um grupo de três fêmeas de chimpanzés, Leila, Tota e Carol, com quem viveu muito feliz até seus últimos dias.
Dunga era um chimpanzé meigo, compreensivo e delicado, dificilmente ficava irritado, estava sempre com um semblante tranquilo de quem tinha uma boa vida.
Johny

20/05/2000 – 29/11/2014
Macho, nasceu em um zoológico e foi rejeitado pela mãe. Aos cinco meses foi recebido pelo casal Starostik, vivendo com eles em sua casa até completar um ano de idade, pois precisava de cuidados especiais como mamadeira a cada duas horas. Com este convívio próximo, eles perceberam a importância de fornecer a Johny um local apropriado para seu desenvolvimento e garantir a ele a oportunidade de conviver com outros chimpanzés. Isso despertou no casal uma causa, a proteção dos grandes primatas que viviam em más condições. A partir daí, fundaram o Instituto Conservacionista Anami e não demorou muito para que outros chimpanzés resgatados integrassem o grupo. Johny viveu por quase quinze anos na companhia de outros 5 chimpanzés descobrindo novas experiências, especialmente com Caíque, com quem passava horas fazendo grooming e tomando banhos de sol. Aos quatorze anos de idade ele foi diagnosticado com uma afecção cardíaca congênita e necessitava de cuidados especiais. Infelizmente, não resistiu por muito tempo. Johny foi o começo de tudo, de uma luta que jamais morrerá.